Mulheres
aguerridas, independentes e inteligentes. Heroínas do século XXI vestidas para
matar. Assim são nossas mães, filhas, estudantes, esposas e amigas. Mulheres
para todo o momento, para todas as idades, para todas as culturas e para todas
as funções sociais. Mulheres ricas de amor e convicção, com olhares
encantadores e falas de libertação. Mulheres que estão colocando o preconceito
e o desrespeito em queda, abrindo espaço para uma sociedade que passa a
compreender o ser feminino como alguém próprio de lutas, trabalho, conhecimento
e inteligência.
Entende-se
que o caminho para a igualdade de gênero ainda é árduo, mas cada vez mais as
próprias mulheres rompem os clichês e comprovam mais do que beleza, apostando
no conhecimento e no trabalho como formas de independência. Hoje, somos
multiuso, múltiplas e incansáveis. O modelo “Amélia” foi rompido e sucedido
pela reflexão que propõe a ocupação do espaço da mulher pela mulher.
A
luta pela afirmação da mulher na sociedade passa pelo movimento do feminismo
cultural que ao estudar o apogeu da mulher e das suas diferenças, inovou propondo
a igualdade e a liberdade desta. — Corpos e desejos livres, direitos iguais! — A
mulher não pode mais ser coadjuvante de uma sociedade que a enxerga como objeto
publicitário e sexual. Nós, mulheres, somos fortes e belas por natureza, somos
seres racionais e não precisamos nos esconder em mantos. Respeito é o que
pedimos!
Neste
pensamento, está a Marcha das Vadias que toma conta do Brasil com cartazes nas
ruas e nas redes sociais e com bonitas e ousadas caminhadas/marchas que passam
por nossas capitais, lembrando os números da violência à mulher, a diferença
salarial, o preconceito e o desrespeito às mulheres, bem como afirmando
mulheres conscientes, reflexivas e orgulhosas de si. A marcha que utiliza o
termo vadia na expectativa de chocar os cidadãos, objetivando que estes quebrem
a idéia medíocre de que casos de estupro ocorrem porque mulheres se vestem como
“vadias”, chamando a atenção e logo passando de vítimas à colaboradoras de
estupradores.
Os
cartazes da Marcha das Vadias, que circulam nas redes sociais, fazem parte da
campanha “Feminista por quê – Vadia por quê”, das feministas do Distrito
Federal. Eles nos fazem acordar para a realidade de tratamento que as mulheres
brasileiras recebem e, ao mesmo tempo, nos propõem participar deste movimento,
rasgar os sutiãs, afirmar esta luta e sairmos às ruas gritando: Sou FEMINISTA porque
luto pelos direitos de todas as mulheres; Sou FEMINISTA porque não concordo que
o corpo da mulher seja tratado como objeto, na mídia; Sou FEMINISTA porque meu
corpo, pensamentos e desejos jamais serão silenciados; Sou FEMINISTA porque
luto por um mundo que nenhuma mulher terá medo de ser estuprada ou agredida; Sou
FEMINISTA porque não aceito que me digam como me vestir ou me comportar; Sou
FEMINISTA porque questiono os clichês da sociedade, como: mulheres só falam
sobre coisas fúteis ou chorar é coisa de mulher; Sou FEMINISTA porque sou
mulher, me valorizo e faço da minha vida o que for melhor para mim — direito ao
nosso corpo, respeito, liberdade de expressão e um mundo sem medo —. Se ser
feminista é isso, ou se ser vadia é lutar por justiça, liberdade e respeito à
mulher, quem dera se todas nós conseguíssemos ser assim, então.
A
mulher não deve se esconder ou temer, a mulher deve ser livre para escolher. Ela
deve sair às ruas sem ser alvo, deve ir para casa sem medo e deve ser feliz da
maneira que escolher. Quando conseguirmos enxergar a mulher no pleno
desenvolvimento que este século nos propõe, estaremos avançando para um caminho
mais humano, mais amável, consciente e reflexivo. Vamos sucumbir o preconceito,
colocar os clichês na última gaveta do roupeiro e vamos vestir a verdade e
lançar aquele olhar de admiração e respeito para nossas mulheres. Estas lindas
que andam aí pelas ruas pensam, amam, sofrem e lutam como qualquer ser humano,
não são corpos à exposição ou objetos, são mulheres dotadas de sonhos, os
quais...ninguém vai impedir a realização!
Mulher
bonita é a que luta, sem dúvida alguma!