sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cultura Brasileira, por favor!*

Jornalismo é divulgação, propagação, socialização. Cultura é movimento, ação e gesto, podendo ser popular, erudita ou intelectual. Jornalismo cultural, por sua vez, é a união desses “mundos”, portanto, é a divulgação de um cotidiano, a informação de um hábito, ou simplesmente, a tradução de um mundo exótico e ao mesmo tempo, tão familiar.

Noto que existem muitas ambigüidades no tema jornalismo cultural, talvez pela amplitude do assunto ou pela dificuldade de conceituar a cultura, em meio à aspectos de lazer e entretenimento. Esse fato pode ser notado atualmente, através dos próprios jornais brasileiros. Eles, na sua grande maioria, retratam em seus cadernos a indústria cultural – cinema, shows, resumos de novela – mas são poucos, os que possuem um caderno dedicado realmente à cultura, como por exemplo, O Estado de São Paulo ou então a Zero Hora.

Os canais da tv aberta brasileira normalmente retratam um jornalismo muito superficial, de notícias policiais, políticas ou então, sobre futebol. Eles abrangem todos esses assuntos de uma forma tão simplória que acabam tornando mortes, assaltos e corrupção parte do cotidiano do Brasil e colocando o futebol como o único destaque brasileiro, o motivo de felicidade da nação. Mas, onde fica a cultura? A verdadeira cultura brasileira? A identidade de nosso povo? Onde? A cultura brasileira aparece retratada em segundos, nos intervalos comerciais ou então, no final dos telejornais. Ah! Claro. Não podemos esquecer dos programas educativos, afinal eles existem na tv aberta, o único problema é que passam às 5 horas da manhã.

É perceptível o caminho dos meios de comunicação no Brasil, um caminho projetado, programado. Podemos julgar os jornais, por não divulgarem em suas páginas a verdadeira cultura brasileira. Mas, a televisão aberta, a meu ver, seria muito mais eficaz que o jornal, já que atinge muito mais famílias. Infelizmente, nem um nem outro, retratam a nossa cultura. Não podemos generalizar, obviamente, e nem criticar totalmente, pois para tudo há uma justificativa. Talvez, se ao invés de Caminho das Índias houvesse “descobrindo a Amazônia” ou então, “ritmos brasileiros”, a audiência do núcleo global cairia. Assim, pode-se afirmar que nem tudo é culpa dos jornalistas, muito menos, das próprias redes televisas, mas sim do próprio leitor ou telespectador.

Um leitor procura em um jornal, notícias de seu município, estado e país, entretenimento, é verdade, esportes, um pouco de política, mas também curiosidades, que podem aparecer em forma de cultura, informação e socialização de algo que é nosso, é brasileiro. Esse é o desejo do leitor. Porém, ele se habitua a ler o que lhe é apresentado, mesmo que de forma estereotipada e generalizada. Eu mesma, confesso ser habituada ao tipo de apresentação jornalística da Zero Hora, admito inclusive ler “Dona e TV + Show”. O caderno Cultura, passou a chamar a minha atenção, depois que entrei para o técnico em Gestão Cultural, pois antes ele passava despercebido. Por isso, tendo meu ser como exemplo, acredito que por mais que o leitor saiba que algo é superficial, acaba lendo e por mais que o jornalista saiba que algo poderia ser melhor, acaba publicando. Devido à uma cadeia, que podemos caracterizar conseqüente e compará-la à situação da televisão.

Um telespectador, pode ser moldado por uma determinada programação de tv, que é feita com o propósito de atingir as necessidades mais íntimas de cada brasileiro, com a intenção de criar um ciclo vicioso. Mas mesmo assim, eu tenho uma teoria, acredito que por mais viciante que seja uma programação, da Globo, por exemplo, o telespectador não propõe algo diferente. Permanece feliz com o que lhe é dado. Sinceramente, no Brasil tudo é assim, as pessoas sabem que políticos são corruptos, mas votam nos mesmos, um gaúcho sabe que o baiano é trabalhador, mas nem por isso, deixa de denominá-lo “preguiçoso”. São tantos clichês, tantas coisas alheias, que acabamos deixando de lado nossa natureza, nossa verdadeira identidade. Às vezes, percebo vários Brasis dentro do meu Brasil, quem sabe um dia o Nordeste e o Norte sejam vistos como “normais” e não exóticos pelos habitantes do Sudeste, Sul e Centro-Oeste e vice-versa.

Acredito que para cobrarmos uma maior divulgação da cultura brasileira pelos meios de comunicação – televisão e jornais – devemos ao menos, querermos isso, sairmos dessa alienação em massa e desses preconceitos antiquados. Tudo depende de todos, do coletivo, que funciona tão bem para outras coisas no Brasil, quem sabe funcione para socializar a nossa cultura.

Não há necessidade de tirarem Caminho das Índias do ar, pelo contrário, a qualidade das novelas brasileiras é altíssima, podendo ser comparada às produções de Hollywood, mas pode-se sim relacionar novelas e cultura, “harmonizar” os horários e compartilhar com todos que o Cocô de Zambê é nosso, assim como o Carnaval e que não há nada de abstrato nisso.

A questão toda está no próprio grau de cultura dos brasileiros. Nós não somos educados para querer entender o que se passa no outro lado do país, nossas escolas não ajudam a difundir essas idéias e consequentemente, os meios de comunicação fazem o mesmo. Cultura brasileira, por favor!



* redação de cultura brasileira (disciplina do técnico em g. cultural)

A Publicidade e a Imagem Feminina *

Os anúncios publicitários brasileiros adoram usar a imagem feminina como propagação e comprovação de seus produtos. Eles fabricam uma imagem da mulher brasileira, que na maioria das vezes, não condiz à realidade.

Os produtos de beleza, vestiário, higiene e até as bebidas (refrigerantes, cervejas, etc.) utilizam mulheres bonitas e sensuais para divulgarem sua qualidade e socializarem seus produtos para as residências brasileiras. Essas mulheres são as “gostosas” que mexem profundamente com a mente masculina e por isso, quando aparecem em anúncios da Kaiser, Kuat ou Brahma, estão criando uma relação de uso e poder, como se todo homem que bebe Kaiser fosse enamorar-se com mulheres desse “padrão”. Ou então, nas propagandas de roupas, sapatos, produtos de beleza e higiene a aparição de mulheres bonitas que aparentam sedução, tornando esses produtos atrativos para todas as mulheres brasileiras devido ao fato de promover beleza e assim aumentar a auto estima.

Pode-se dizer então, que a publicidade cria uma ligação entre a mulher e as possibilidades de conquistá-la ou a facilitação da conquista feita por ela mesma. Portanto, percebe-se que há uma inter-relação entre desejo e amor, sendo que o objetivo é simplesmente “vender”. Vender muito! Isso significa que essa ligação apaixonada com a mulher, mexe com a imaginação dos homens e, ao mesmo tempo com a vaidade das mulheres. O resultado é o melhor possível para os publicitários.

No entanto, nem sempre a imagem feminina é usada de forma negativa ou estereotipada, pelo contrário, há também a mulher numa visão meiga, delicada e cuidadosa, normalmente na forma de uma “mãe”. Como podemos observar atualmente, na propaganda televisa da Coca-cola.

Com isso, pode-se afirmar que a mulher seja na visão de mulher desejável ou como mãe de família é o caminho para a divulgação de certos produtos. A meu ver, isso se deve ao fato do aumento da presença feminina no Mundo em que vivemos, num sentido de trabalho e também de igualdade entre os sexos. Promovendo a idéia de que as mulheres devem se sentir bonitas e tentar alcançar essa beleza, podendo também, desejar e conquistar da mesma forma que os homens, sem perder a feminilidade que as distancia do ser masculino e as afirma como chefes de família e de Estado, por que não? Essa é a receita da publicidade brasileira.



* redação de aula. achei interessante e postei aqui também, afinal é o que penso. abração!