sábado, 7 de março de 2009

O Valor das Alianças...

Eu vejo o Mundo inteiro no Brasil. Quando tento perceber a cultura brasileira e entende-la, me perco, me confundo, pois é tamanha, imensa. Abriga vários povos, várias misturas.
Talvez esta seja uma explicação lógica para a existência ou "coexistência" de tantos partidos políticos. Meu Deus! São tantos que fica até difícil decorar as siglas e principalmente, entender o que cada um pretende. Mas o que realmente me tira o sono é essa misturança, essa homogeneidade, se é que podemos chamar assim. Falo de uma "misturança" partidária, as famosas e tão citadas alianças.
No auge dos meus quase dezesseis aninhos de vida, confesso, fui criada atrelada aos conceitos, aos deveres, aos direitos, as teorias e principalmente, ligada diretamente com um ideal, um ideal partidário, compartilhado com colegas, companheiros, amigos. Cresci em meio à uma competitiva política, onde nela existiam lados, ideologias. Mas é incrível, como o tempo "cura" e muda tudo...
Se me dissessem há seis anos atrás que peemedebistas e petistas seriam aliados, eu diria com total convicção que quem afirmou isso era um completo desinformado, retardado mesmo. Pois, como juntar coisas tão distintas?!
São tantos partidos, tantas teorias, tantas brigas, tantas separações e tantos cargos, tanto dinheiro e tanta "perdição". São os lados que buscam o centro. São resultado da época, da crise, da nova era, das novas concepções, da nova visão do povo e dos novos meios de tomada do poder.
Até que ponto fazer alianças tão distintas ideologicamente significa estar "vendendo a alma"? Até que ponto essas realmente valem a pena? Qual o valor dos financiamentos políticos? Qual o valor de cargos nas alianças? Porque financiamentos eleitoreiros por parte de empresários é tão errado, ou então, porque é correto? Será que tudo isso é viável? Será que estamos andando pra frente ou pra trás? Será que vale a pena o risco? Será que realmente são "alianças"? Como podemos nos unir ao inimigo? Porque a população simplesmente se mostra indiferente à este contexto? Porque o centro e não mais a esquerda? Porque o centro e não mais a direita? Porque a social democracia e não apenas o socialismo, ou então, não apenas a democracia? Onde fica o vilão capitalista nessa história? Será que as alianças políticas têm envolvimento com todos estes assuntos? Qual o valor das alianças? Dê onde surgem?
...Perguntas, respostas variadas, incógnitas infinitas, sentidos opostos, inocentes, culpados. A dúvida que surge dentro de mim e deve ressurgir em várias almas, não será respondida por mim, certamente, nem por você. Logicamente, apenas daqui uns vinte anos. Obviamente, compreendida, daqui uns quarenta anos. Isso são fatos que se unem à história. Mas eu não posso deixar de citar a minha teoria...
Há anos atrás, existiam-se lados, os lados que ainda citam atualmente. Mas estes lados eram distintos e distantes, tanto na prática, quanto na teoria. Podemos citar, o período em que EUA e URSS, duelaram tão honrosamente. Ou então, as próprias vezes em que o FHC e o Lula se degladiaram. Mas os anos passam e as mudanças são inevitáveis.
Creio que a derrota da URSS tenha ensinado muito aos "socialistas" e creio mais ainda, que a persistência do Lula e a vontade de realizar bem feitorias que só podem ser realizadas por um Governante de alto escalão, ajudaram a se formar esta situação atual.
Acredito que internamente todos os partidos devem se sentir "abalados" ao se unir ao seu inimigo, pois, a dúvida do que o "outro" realmente deseja é inevitável e totalmente inesperada. Para muitos militantes, alianças como as que o Governo Lula promove, são totalmente inaceitáveis. São estranhas, no mínimo. Mas, se pararmos para pensar, são resultados de vários fatores.
Na verdade, as alianças, ao meu ver, são resultado dos "altos" patrocínios eleitorais, isto é, o financiamento de campanhas por mega empresários - versus - a busca pelo poder. Chegamos a um ponto, que sem financiamento não há como realizar as propagandas e estas, são a arma do negócio. E por mais que tudo isso seja "feio", é legal. Legalmente aceitável e não há mais como ficar por fora. Isso é inevitável, viável e o único caminho para conquistar o poder, felizmente ou infelizmente. Não há mais como competir sem ele. E as alianças entram, ligam-se diretamente a isso. Unem-se ao pacote do "tudo pelo poder". Tudo que pode ser feito para poder realizar o que todos querem, sonham, almejam. Realizar "qualidade de vida", realizar bem-estar social. Realizar a vida. O poder nos proporciona realizar tudo que queremos ao próximo, realizar tudo que queremos para nós mesmos. Sem ele, não há tantos postos de saúde há mais, tantas escolas, educação de qualidade, habitação, saneamento básico. Sem ele, existem sonhos, sonhos frustrados. Com ele, há sonhos realizados. Sorrisos distintos, mas sorrisos.
O que é poder, nunca definiremos. O que ele vale, muito menos. Mas posso dizer que por experiência própria, usar de artifícios como "patrocínio", hoje em dia, é viável. Com relação as alianças, creio que não seja o pior caminho também.
É lógico que por trás de muitas alianças existem "interesses maiores", mas é inevitável nesse jogo. A única coisa que me preocupa é a população. Até que ponto o povo é afetado por essas alianças? Por estes cargos a venda? Mas deve ser deixado bem claro, que nem toda a aliança deve interferir no quadro trabalhista de um governo e muito mais claro deve ficar, que por mais que ideologias sejam distintas, o sonho e a realização deles, deve ser maior. O poder não corrompe nunca o ser que realmente o busca para o bem.
Estamos na era da social democracia, o centro é o que queremos e os meios podem ser dolorosos, mas espero, assim como todos, que os resultados sejam vitoriosos.
Necessitamos apenas, de bons políticos. Políticos que indiferente do jogo, da aliança, saibam diferenciar tudo isso quando chegar ao poder. Podendo então, fazer o que deve ser feito.
Então, concluo, com a velha teoria. Indiferente do tempo, da era, da situação, da ideologia, do apoio financeiro, deve existir comprometimento, ética e honestidade. Políticos de verdade, conscientes. E principalmente, um povo mais comprometido com a sua própria situação, com consciência.
Vamos nos adaptar as mutações socio-políticas e enfrenta-las de frente, com superação do passado e melhoramento do futuro!

2 comentários:

  1. Oi. Caroline!

    Acabei de ler teu texto, por sugestão do meu colega de Bancada, Vanderlan Vasconcelos.
    Quero te parabenizer pela atitude madura, apesar da pouca idade. Pela sabedoria, por mostrar que ainda temos esperanaça, pois se há joves com tamanha capacidade de lidar com a "misturança", é sinal que ainda podemos mudar o Brasil.
    Como você diz, com comprometimento, ética e honestidade.
    Adorei tudo que li, fiquei muito feliz por saber que tens essa visão tão brilhante da política.
    És muito especial e deves continuar tua lita, pois não estás só.

    Abraço, muito sucesso, espero conhece-la em breve.

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  2. Prazer!

    Obrigada pelos elogios.
    E digo com toda a certeza, que as atitudes "maduras e conscientes" que tenho, os pensamentos.. muitos são motivados ou "influenciados" pela relação partido sim. E eu me orgulho muito disso.
    Nunca desistirei de lutar, com certeza. Acredito na força das pequenas atitudes.
    E sei que não estou só e fico muito feliz em saber que tenho tantos companheiros, como você, como o Vanderlan, com intenções e atitudes pelas quais vale-se a pena continuar.
    Desejo-te muito sucesso também..
    Até breve...

    Um abraço.

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