quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mulheres de fibra, cimento e beleza


Mulheres aguerridas, independentes e inteligentes. Heroínas do século XXI vestidas para matar. Assim são nossas mães, filhas, estudantes, esposas e amigas. Mulheres para todo o momento, para todas as idades, para todas as culturas e para todas as funções sociais. Mulheres ricas de amor e convicção, com olhares encantadores e falas de libertação. Mulheres que estão colocando o preconceito e o desrespeito em queda, abrindo espaço para uma sociedade que passa a compreender o ser feminino como alguém próprio de lutas, trabalho, conhecimento e inteligência.
Entende-se que o caminho para a igualdade de gênero ainda é árduo, mas cada vez mais as próprias mulheres rompem os clichês e comprovam mais do que beleza, apostando no conhecimento e no trabalho como formas de independência. Hoje, somos multiuso, múltiplas e incansáveis. O modelo “Amélia” foi rompido e sucedido pela reflexão que propõe a ocupação do espaço da mulher pela mulher.
A luta pela afirmação da mulher na sociedade passa pelo movimento do feminismo cultural que ao estudar o apogeu da mulher e das suas diferenças, inovou propondo a igualdade e a liberdade desta. — Corpos e desejos livres, direitos iguais! — A mulher não pode mais ser coadjuvante de uma sociedade que a enxerga como objeto publicitário e sexual. Nós, mulheres, somos fortes e belas por natureza, somos seres racionais e não precisamos nos esconder em mantos. Respeito é o que pedimos!
Neste pensamento, está a Marcha das Vadias que toma conta do Brasil com cartazes nas ruas e nas redes sociais e com bonitas e ousadas caminhadas/marchas que passam por nossas capitais, lembrando os números da violência à mulher, a diferença salarial, o preconceito e o desrespeito às mulheres, bem como afirmando mulheres conscientes, reflexivas e orgulhosas de si. A marcha que utiliza o termo vadia na expectativa de chocar os cidadãos, objetivando que estes quebrem a idéia medíocre de que casos de estupro ocorrem porque mulheres se vestem como “vadias”, chamando a atenção e logo passando de vítimas à colaboradoras de estupradores.
Os cartazes da Marcha das Vadias, que circulam nas redes sociais, fazem parte da campanha “Feminista por quê – Vadia por quê”, das feministas do Distrito Federal. Eles nos fazem acordar para a realidade de tratamento que as mulheres brasileiras recebem e, ao mesmo tempo, nos propõem participar deste movimento, rasgar os sutiãs, afirmar esta luta e sairmos às ruas gritando: Sou FEMINISTA porque luto pelos direitos de todas as mulheres; Sou FEMINISTA porque não concordo que o corpo da mulher seja tratado como objeto, na mídia; Sou FEMINISTA porque meu corpo, pensamentos e desejos jamais serão silenciados; Sou FEMINISTA porque luto por um mundo que nenhuma mulher terá medo de ser estuprada ou agredida; Sou FEMINISTA porque não aceito que me digam como me vestir ou me comportar; Sou FEMINISTA porque questiono os clichês da sociedade, como: mulheres só falam sobre coisas fúteis ou chorar é coisa de mulher; Sou FEMINISTA porque sou mulher, me valorizo e faço da minha vida o que for melhor para mim — direito ao nosso corpo, respeito, liberdade de expressão e um mundo sem medo —. Se ser feminista é isso, ou se ser vadia é lutar por justiça, liberdade e respeito à mulher, quem dera se todas nós conseguíssemos ser assim, então.
A mulher não deve se esconder ou temer, a mulher deve ser livre para escolher. Ela deve sair às ruas sem ser alvo, deve ir para casa sem medo e deve ser feliz da maneira que escolher. Quando conseguirmos enxergar a mulher no pleno desenvolvimento que este século nos propõe, estaremos avançando para um caminho mais humano, mais amável, consciente e reflexivo. Vamos sucumbir o preconceito, colocar os clichês na última gaveta do roupeiro e vamos vestir a verdade e lançar aquele olhar de admiração e respeito para nossas mulheres. Estas lindas que andam aí pelas ruas pensam, amam, sofrem e lutam como qualquer ser humano, não são corpos à exposição ou objetos, são mulheres dotadas de sonhos, os quais...ninguém vai impedir a realização!
Mulher bonita é a que luta, sem dúvida alguma!

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